quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Igreja quer "pacto social" para a educação



O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. António Marto, defendeu esta quinta-feira, em Fátima, um «pacto social» para a Educação, de forma a não estar sujeito a «sucessivas mudanças e quebras de governos», noticia a agência Lusa.«[A Educação] é um problema tão grande e de tanta importância que merecia uma solidariedade de todos os grupos e associações para não estar sempre numa constante mudança, que cria um clima de instabilidade e de incerteza», afirmou D. António Marto na conferência de imprensa que encerrou os trabalhos da Assembleia Plenária da CEP, na qual os bispos portugueses aprovaram uma carta pastoral sobre «A Escola em Portugal».Segundo D. António Marto, a publicação do documento num momento em que o sector da Educação vive um clima de alguma tensão é «uma mera coincidência», lembrando que a carta pastoral já tinha sido apresentada em Abril aos bispos, mas necessitava de uma «reflexão mais aprofundada com especialistas».O bispo de Leiria-Fátima considerou ainda, embora frisando estar a emitir uma opinião meramente pessoal, que a missão dos professores «é ainda mais importante do que a dos próprios políticos». «Trata-se de serem educadores das crianças e da juventude e, por conseguinte, do futuro do próprio país», considerou o vice-presidente da CEP.O prelado, que sublinhou estar em desacordo «com as manifestações de violência» sobre a ministra da Educação, apelou a um «diálogo sereno, pacífico, civilizado», para se obter um «consenso». A carta pastoral sobre «A Escola em Portugal» salienta que o «Estado tem sido, por vezes, em virtude das políticas dos diversos governantes, um obstáculo à melhoria da qualidade da escola portuguesa».O documento alerta para «reformas educativas se sustentarem frequentemente em trabalhos técnicos de gabinetes que infundem no sistema, por imposição linear imediata, mudanças que substituem outras mudanças ainda não devidamente implementadas nem avaliadas».Segundo os bispos portugueses, esta situação «favorece o caos permanente e a insegurança nos profissionais docentes que trabalham nas escolas».

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