No dia 13 de Janeiro de 2009, todos os alunos da Escola Secundária de Seia, inscritos na disciplina de EMRC, concretizaram o “projecto principal” deste ano lectivo (2008-2009). De facto, os alunos da disciplina há já alguns meses atrás sabiam que este ano lectivo o projecto de solidariedade iria realizar-se em favor do “Centro de Deficientes Profundos João Paulo II”, em Fátima.
O interesse dos alunos despertou a pesquisa de informações deste centro e a sua vontade em atribuir donativos à causa demonstrou-se eficaz.
Pensei que fosse encontrar pessoas tristes e que ficaria emocionado com a sua condição. Não podia estar mais enganado!
Saímos de Seia e, à chegada a Fátima, dirigimo-nos a esta instituição, que recebeu a nossa oferta de dois mil euros, com satisfação e entusiamo, porque, como referiu a educadora social, sendo uma instituição privada, os gastos são muitos e com poucos apoios do Estado. O grupo no qual me encontrava inserido foi, de seguida, ao “Museu da Vida de Cristo”. Esta revelou-se uma visita agradável, uma vez que o conceito de “museu” estava redefinido, de modo a que a visita se tornasse mais criativa. O espaço formava como que uma cidade. As ruas e as casas eram retratadas de forma idêntica à época em questão, transportando-nos para o ano 0, na Palestina. As figuras apresentavam-se com um rigor tal, que dava a sensação que eram reais. Os painéis, explicitando a informação, retirada da Bíblia, permitiam a todos a contextualização do episódio bíblico em questão.
Seguiu-se o almoço e, logo após, visitámos a nova igreja de Fátima.
Na visita ao Centro, a parte que mais me tocou foi a visita às “casas”, onde se encontravam instaladas as pessoas, com uma profunda deficiência. Eram pessoas completamente dependentes de outras, não conseguiam falar, ou transmitir as suas necessidades, pensamentos, ideias, ou emoções.
Estavam todos na sala da “casa”, com funcionários, contudo muitos não conseguiam transmitir senão sons contínuos. Apercebi-me que esta era a sua maneira de comunicar, no entanto eu mostrava-me incapaz de perceber o que estavam a tentar dizer. Ofereci-lhes um sorriso amigo, fechando-o ao voltar costas, sensibilizado com a situação destas pessoas. Houve, depois, um rapaz que já conseguia manter um diálogo e mostrava-se feliz. Muitas vezes, não atribuímos o verdadeiro valor às coisas.
Fiquei muito contente com as actividades de tempos livres. É importante manter as pessoas ocupadas, permitindo manter ou até desenvolver as múltiplas capacidades e talentos. Há quem pinte, quem costure, há até quem, durante estas tarefas, cante e seja muito feliz. Tanto a aprender com estas pessoas: seguir em frente, atingir a felicidade. É esse o significado subjectivo que eu encontrei: apesar das contrariedades as pessoas ficam felizes com o que são e com o trabalho que têm, com a visita de um grupo que lhes tenta transmitir algum carinho.
Apreciei a viagem, pelas experiências que vivi. Afinal, um acidente de moto transforma um pintor de casas em pintor de telas. Afinal, pequenas conquistas são grandes feitos. É com isso que temos de aprender, para sermos mais felizes.
José Francisco Bigotte da Veiga, 12.ºE, n.º 10
O interesse dos alunos despertou a pesquisa de informações deste centro e a sua vontade em atribuir donativos à causa demonstrou-se eficaz.
Pensei que fosse encontrar pessoas tristes e que ficaria emocionado com a sua condição. Não podia estar mais enganado!
Saímos de Seia e, à chegada a Fátima, dirigimo-nos a esta instituição, que recebeu a nossa oferta de dois mil euros, com satisfação e entusiamo, porque, como referiu a educadora social, sendo uma instituição privada, os gastos são muitos e com poucos apoios do Estado. O grupo no qual me encontrava inserido foi, de seguida, ao “Museu da Vida de Cristo”. Esta revelou-se uma visita agradável, uma vez que o conceito de “museu” estava redefinido, de modo a que a visita se tornasse mais criativa. O espaço formava como que uma cidade. As ruas e as casas eram retratadas de forma idêntica à época em questão, transportando-nos para o ano 0, na Palestina. As figuras apresentavam-se com um rigor tal, que dava a sensação que eram reais. Os painéis, explicitando a informação, retirada da Bíblia, permitiam a todos a contextualização do episódio bíblico em questão.
Seguiu-se o almoço e, logo após, visitámos a nova igreja de Fátima.
Na visita ao Centro, a parte que mais me tocou foi a visita às “casas”, onde se encontravam instaladas as pessoas, com uma profunda deficiência. Eram pessoas completamente dependentes de outras, não conseguiam falar, ou transmitir as suas necessidades, pensamentos, ideias, ou emoções.
Estavam todos na sala da “casa”, com funcionários, contudo muitos não conseguiam transmitir senão sons contínuos. Apercebi-me que esta era a sua maneira de comunicar, no entanto eu mostrava-me incapaz de perceber o que estavam a tentar dizer. Ofereci-lhes um sorriso amigo, fechando-o ao voltar costas, sensibilizado com a situação destas pessoas. Houve, depois, um rapaz que já conseguia manter um diálogo e mostrava-se feliz. Muitas vezes, não atribuímos o verdadeiro valor às coisas.
Fiquei muito contente com as actividades de tempos livres. É importante manter as pessoas ocupadas, permitindo manter ou até desenvolver as múltiplas capacidades e talentos. Há quem pinte, quem costure, há até quem, durante estas tarefas, cante e seja muito feliz. Tanto a aprender com estas pessoas: seguir em frente, atingir a felicidade. É esse o significado subjectivo que eu encontrei: apesar das contrariedades as pessoas ficam felizes com o que são e com o trabalho que têm, com a visita de um grupo que lhes tenta transmitir algum carinho.
Apreciei a viagem, pelas experiências que vivi. Afinal, um acidente de moto transforma um pintor de casas em pintor de telas. Afinal, pequenas conquistas são grandes feitos. É com isso que temos de aprender, para sermos mais felizes.
José Francisco Bigotte da Veiga, 12.ºE, n.º 10