sexta-feira, 14 de março de 2008

Opinião de um aluno da visita de estudo à Guarda

Depois da angariação de 2400€ em fundos que tinham como objectivo ajudar várias instituições de apoio a pessoas com as mais diversas necessidades, no passado dia 10 de Janeiro de 2008, os alunos do 10º ano de escolaridade inscritos na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica saíram de Seia às 8h30m da manhã, e embarcaram numa viagem em que tiveram a oportunidade de conviver com pessoas com diferentes necessidades, com diferentes maneiras de encarar a vida e de a viver.
Como participei nesta fantástica experiência, vou relatá-la na primeira pessoa.
Nesse dia visitámos várias instituições: Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda (CERCIG), Casa de Saúde de Bento Menni e Aldeias SOS.
Começámos por visitar a CERCIG, onde fomos brindados com uma óptima recepção e com uma emocional actuação dos utentes dessa instituição que visa a reabilitação e educação de pessoas com deficiências.
Como o nosso grupo era muito grande (aproximadamente 120 alunos), fomos divididos em três grupos, dirigindo-se um para quinta da CERCIG e os outros dois para a Casa de Saúde de Bento Menni.
Eu fazia parte de um dos grupos que se dirigiu até à Casa de Saúde de Bento Menni.
Chegados às suas instalações fomos divididos novamente, mas desta vez em dois grupos de modo a facilitar a visita e a não causar perturbações excessivas nos utentes (idosos dependentes e deficientes).
Talvez as nossas expectativas não fossem ao encontro da realidade, porque pensávamos que numa instituição deste género o contacto seria difícil, mas erradamente, pois rapidamente fomos saudados e cumprimentados carinhosamente pelos utentes, que corresponderam aos nossos sorrisos, com uns ainda maiores e com uma conversa de palavras, gestos e olhares bastante emocionantes.
Seguidamente dirigimo-nos ao auditório da C. de S. de Bento Menni, onde as irmãs da instituição nos propuseram a visualização de uma apresentação acerca do nascimento das diversas instituições e dos locais e datas em que foram surgindo.
Já era chegada a hora de almoçar, e por isso mesmo, dirigimo-nos para as zonas de restauração (McDonalds ou restaurantes do centro da cidade).
Passado o tempo suficiente para almoçarmos e nos divertirmos a conviver uns com os outros, um dos grupos (o meu) dirigiu-se às Aldeias SOS, e o outro foi de encontro aos colegas que estavam tinham ido à CERCIG, para continuarem a visita.
Nas Aldeias SOS, esperávamos ter a presença das crianças e jovens que lá vivem, bem como das mães de acolhimento (também chamadas mães de coração) e podermos conviver e trocar experiências com eles, mas isso não foi possível porque estavam nas aulas ou noutras lides necessárias ao dia-a-dia.
Apesar disso, visitámos uma das casas e conversámos com o responsável pela Aldeia SOS da Guarda, que nos contou a história da instituição e esclareceu as nossas dúvidas, que foram bastantes: do modo de vida ás “estatísticas” de que fazem parte, e dos pontos negativos aos mais positivos que os fazem olhar para a frente e pensar que vale a pena seguir, etc.
Acabada a visita, dirigimo-nos a um parque onde pudemos conviver, passear, desfrutar do ar livre, lanchar e comentar os momentos que vivemos.
Depois dessa pausa, encaminhámo-nos ao autocarro e voltámos a Seia, mas todos com o coração um bocadinho mais recheado de felicidade de dar um sorriso a quem precisa, e a cabeça mais consciente daquilo que nos rodeia.

CONCLUSÃO:
O saldo da viagem foi bastante positivo.
Cada uma das instituições nos proporcionou diferentes emoções e pudemos perceber que existe muito mais além de nós, e aquilo que muitas vezes achamos insignificante, ganha muita importância em certos momentos.
Percebemos que a união faz a força, e que quando se trata de ajudar os outros e de os fazer felizes toda a união e força nunca chega, porque cada vez há mais pessoas a precisarem de ajuda e menos pessoas a quererem ajudar, e aquelas que ajudam têm de abdicar de muito para o fazer.
É preciso dedicarmos uma parte de nós a ajudar os outros, por menor que seja, porque contribuindo vamo-nos sentir melhor, mas mais importante que tudo vamos ajudar os outros a mostrarem um sorriso, não só com os lábios mas também com o coração, e a sentirem-se, apesar dos seus problemas, um bocadinho mais felizes. Um pequeno paço para nós, pode fazer uma grande diferença em quem precisa. E um dia podemos ser nós em qualquer uma daquelas situações, e também vamos precisar de apoio.
O Amor é a coisa mais importante na vida de qualquer pessoa, todos merecemos recebê-lo e todos devemos dá-lo de coração aberto e ultrapassando todas as barreiras que possam existir.
Porque todos somos iguais, devemos lutar pelos nossos ideais e tentar evitar estas situações, ou quando isso não é possível, tentar torná-las mais suportáveis e fazer com que, acima de todos os problemas dessas pessoas, haja um coração cheio de felicidade e um grande círculo de amigos a rodeá-las e a ajudá-las.
Tal como mostrado na emocionante actuação dos utentes da CERCIG, AMOR, PAZ, IGUALDADE, LIBERDADE, TOLERÃNCIA E UNIÃO, são bens necessários à nossa vida enquanto pessoas, não no sentido físico, mas sentimental e psicológico de cada um de nós.

Ana Catarina Branquinho,10ºA

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